Canabigerol: A célula-mãe da cannabis
Dentro da planta de Cannabis pode-se notar uma sequência de eventos que inicia com uma pequena "célula" cuja evolução resulta em mais de 100 moléculas com características e funções diferentes.
Nos seres humanos existe uma célula-mãe ou pluripotencial capaz de se dividir e diferenciar em muitas outras células com função e estrutura diferentes, e o mesmo ocorre dentro da planta de cannabis a nível molecular
A diferença é que a célula-mãe da cannabis corresponde a um canabinoide não psicoactivo conhecido como canabigerol (CBG). Encontra-se dentro da planta sob a forma de ácido canabigerólico (CBGA), que é produzido a partir do ácido olivotílico e um intermediário químico da via do mevalonato (via do colesterol), através de uma reação mediada por enzimas.
O CBGA atua como canabinoide pai ou precursor das formas ácidas do tetrahidrocanabinol (THC), o canabidiol (CBD) e o canabicromeno (CBC), que são os três principais fitocanabinoides, e dos quais derivam outros canabinoides.
Contudo, esta não é a sua única função, já que investigações recentes revelam que este canabinoide tem propriedades medicinais com uso potencial para várias doenças, incluindo as seguintes:
Anti-inflamatório: Este canabinoide tem demonstrado eficácia em modelos animais com condições inflamatórias no tracto gastrointestinal e no tracto respiratório em condições alérgicas e não alérgicas. A sua principal utilização relatada é no tratamento da colite, uma condição intestinal inflamatória.
Neuroprotector e neuromodulador: As interacções do CBG com diferentes receptores são capazes de reduzir a gravidade de doenças neurológicas como a doença de Huntington, esclerose lateral amiotrófica, esclerose múltipla, e a doença de Parkinson.
Antibacteriano: Foi demonstrado que o CBG inibe a reprodução e o crescimento de bactérias como o Streptococcus mutans, que é o principal agente causador de cáries e outras doenças dentárias.
Antiviral: Resultados de pesquisas recentes indicam que o CBGA juntamente com o CBDA inibem a entrada das variantes do vírus SARS-COV-2 nas células epiteliais humanas.
Antiproliferativo: Estudos em cultivos celulares têm demonstrado a sua capacidade apoptótica, anti-invasiva e citotóxica em células de neoplasias malignas como o glioblastoma, que corresponde ao tumor cerebral mais agressivo.
Tendo em conta as propriedades mencionadas, podemos dizer que o CBG não só tem a importante função de uma célula-mãe canábica, mas também pode formar parte de tratamentos à base de cannabis em diferentes doenças.
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